Marley sempre!

Marley sempre!

Discografia

Catch a Fire, 1972, Island
Disco crucial, não apenas por ter sido o primeiro lançamento do reggae com vistas à conquista de outros mercados, mas porque é excepcionalmente bom. Aqui estão clássicos como “Stir it Up”, “Slave Driver” e “Kinky Reggae”. O guitarrista americano Wayne Perkins apareceu no estúdio e deu uma canja em “Concrete Jungle” (que tem ainda Robbie Shakespeare no baixo) e “Baby We’ve Got a Date”. Sem querer, Perkins acabou dando pistas para toda uma geração de guitarristas do reggae.
Burnin, 1973
Em 73 o grupo lançou o seu segundo álbum pela Island, "Burnin", um LP que incluía novas versões de algumas das suas mais velhas músicas, como: “Duppy Conqueror”, “Small Axe” e “Put It On”, junto com faixas como “Get Up, Stand Up” e “I Shot The Sheriff” (que no ano seguinte se tornaria um enorme sucesso mundial na voz de Eric Clapton, alcançando o primeiro lugar na lista dos singles mais vendidos nos Estados Unidos).
Natty dread,1974
Bob Marley agora é um artista solo. Na verdade, um general da banda, atrás de quem seguia uma trupe de batutas, responsáveis por novas interpretações para o reggae. É só conferir: “Lively Up Yourself”, “Them Belly Full”, “Rebel Music” e, claro, “No Woman, No Cry”.
Live, 1975, Island
Foram dois shows no Lyceum, em Londres, apresentando músicas de Catch a Fire e Burnin’. O clima da festa, muitíssimo bem registrado no disco, dá uma idéia do frenesi que Bob Marley andava causando por lá. Suas poesias livres, fáceis de entender, mostravam que podia emocionar iletrados e intelectuais, ricos e pobres, brancos e negros. Mais do que um emergente popstar jamaicano, Marley surgia como herói, um libertador, um Robin Hood poeta e bom de chinfra.
Rastaman vibration, 1976
Aqui, outra ruptura: este é o disco que leva Bob Marley além dos mercados jamaicano e londrino, primeiro num avanço europeu, depois rumo aos Estado Unidos. Na Jamaica, com popularidade e poder, ele recebe a imprensa internacional a bordo de uma mansão na área chique de Kingston, entre um e outro jogo de bola no imenso quintal. E tome reggae: “Roots, Rock, Reggae”, “Positive Vibration”, “Rat Race”, “Crazy Baldheads”, “War”..." e "Jah Live" (contido apenas em vinil).
Exodus, 1977, Island
A faixa-título, bíblica por excelência, é uma exaltação ao back-to-africa, um movimento antigo na história da Jamaica, que pregava a volta dos escravos (ou seus descendentes) à África. Este é um álbum sofisticado, tanto na embalagem quanto no conteúdo. O baixo de Aston Barrett atinge o ponto máximo de maturidade. “Natural Mystic”, “The Heaven”, “Jammin’” e “One Love/People get Ready” falam por si.
Kaya, 1978, Island
Para muitos, este disco foi uma resposta de Marley ao atentado que sofrera na Jamaica, em 1976. De fato, na música “Running Away” ele debocha de si mesmo num monólogo a respeito de que se pode fugir e fugir, mas jamais fugir de si mesmo. Bem mais do que nos discos anteriores, este traz metais incendiários, que por fim dão também em arranjos mais acessíveis ao grande público. Não por acaso, “Is this Love” é um hit até hoje. Mas há outros instantes de glória por aqui: “Misty Morning”, “Time will Tell” (que traz som de cítara), “Crisis” e “Satisfy my Soul”.
Babylon by bus,1978
Álbum duplo, gravado numa temporada de shows em Paris. Uau! Bob Marley e seu comboio estavam a mil por hora na ocasião, em plena turnê mundial, passando por Estados Unidos, Canadá, Austrália e Japão. Na Europa, a viagem aconteceu num ônibus exclusivo – daí o nome do disco e a capa. As live versions de “Positive Vibration”, ”Jammin’”, “Rat Race”, “Lively up Yourself”, “No More Trouble” e “War” são as melhores. Fora as outras.
Survival, 1979
Baixou a África no jamaicano e ele, mais uma vez, se superou. Este disco serviu como cala-boca para quem vivia dizendo que Bob Marley tinha afinado. E, realmente, as palavras de Marley aqui são incendiárias, soam como um chamamento às armas. Músicas como “Wake up and Live”, “Zimbabwe”, “Ride Natty Ride”, “Ambush in the Night”, “One Drop” e “So Much Trouble in the World” marcaram a entrada massiva do reggae em vários países, inclusive o Brasil.
Uprising,1980
Foi lançado em maio de 80 e teve sucesso imediato com “Could You Be Loved”. O álbum também traz “Coming In From The Cold”, “Work” e a extraordinária faixa de encerramento, “Redemption Song”. Os Wailers então embarcaram na sua maior turnê européia, quebrando recordes de público pelo continente. A agenda incluía um show para 100 mil pessoas em Milão, o maior da história da banda. Bob Marley & The Wailers eram a maior banda na estrada naquele ano e “Uprising” estava em todas as paradas da Europa. Era um período de máximo otimismo e estavam a ser feitos planos para uma turnê na América na companhia de Stevie Wonder no final do ano.

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