Marley sempre!
A casa do Rei que se transformou em museu!
Isto não é suposto ser um museu?
Esqueça tudo o que viu sobre um museu. No Mausoléu Bob Marley o conceito ganha outro significado
Bob Marley está vivo!
O rei do reggae continua, 29 anos após a sua morte, bem vivo na memória de todos. Nascido na pequena comunidade perdida por entre as montanhas do norte da ilha, vagueou pelos mais degradados guetos de Kingston, tal como muitos conterrâneos à procura de melhores condições de vida – e foi aí que a sua carreira musical explodiu, ao lado dos The Wailers. Cantando sempre o lado social, os sonhos dos que, como ele, queriam sair do gueto, fazendo odes em homenagem ao amor, ou declamando também o lado mais espiritual, em homenagem ao deus Jah, qual rastafari de corpo e alma. Acabou por morrer cedo demais, com apenas 36 anos, a 11 de Maio de 1981, com cancro, depois de uma lesão mal curada num dedo do pé, resultado de um jogo de futebol, três anos antes.
“Um museu, isto? Vocês devem andar doidos! Nos museus é suposto falar baixinho, muito mais num sítio em que está sepultado o maior ídolo do país? Isto não é um museu! É um grupo de doidos à solta, dos mais saudáveis que vi na minha vida! ...
Um cenário irreal? Apenas surreal, como quase tudo com o que se depara neste Mausoléu Bob Marley,
Depois de inúmeros quilómetros percorridos por entre a vegetação, a certeza de que entraríamos num admirável mundo novo é dada logo à chegada, quando alguns jovens agricultores quase atropelavam o autocarro para nos darem a conhecer os seus frescos produtos. “Yo mon, 50 dólares o saco, queres? Ou já enrolada, 5 dólares cada?” Tudo isto só pela janela do autocarro, antes de estacionar.
Depois desta recepção, não pense que termina aqui a animação. A questão dos souvenirs é resolvida logo à entrada, numa pequena casa de madeira construída para o efeito, em que a cara de Marley aparece estampada em 1001 objetos, e é quando se entra na casa propriamente dita que o ambiente de música e loucura vive o seu auge. Apesar de ser o local onde Marley está sepultado – de frente para o Sol e com uma bíblia, uma bola de futebol, uma guitarra e uma planta de marijuana a seu lado – qualquer espécie de tristeza ou pesados momentos de silêncio e introspecção são aqui barrados à entrada.
Pode ver os jardins onde o músico se sentava a compor ou o seu quarto, mas o que nunca mais esquecerá são os guias e os momentos por eles proporcionados.
Captain Crazy, guia do Mausoleu
Fardados a verde, guardam 5 por cento do tempo para as explicações sobre a vida do mestre, enquanto que todo o resto é passado a rir, rir, rir e a cantar os seus grandes sucessos, conseguindo levar toda a gente a fazer o mesmo e criando momentos verdadeiramente arrepiantes.
Retirado do site Rotas e Destinos
Get Up Stand Up!
Get Up Stand Up
Get up, stand up: stand up for your rights!
Get up, stand up: stand up for your rights!
Get up, stand up: stand up for your rights!
Get up, stand up: don't give up the fight!
Preacher man, don't tell me,
Heaven is under the earth.
I know you don't know
What life is really worth.
It's not all that glitters is gold;
'Alf the story has never been told:
So now you see the light, eh!
Stand up for your rights. come on!
Get up, stand up: stand up for your rights!
Get up, stand up: don't give up the fight!
Get up, stand up: stand up for your rights!
Get up, stand up: don't give up the fight!
Most people think,
Great god will come from the skies,
Take away everything
And make everybody feel high.
But if you know what life is worth,
You will look for yours on earth:
And now you see the light,
You stand up for your rights. jah!
Get up, stand up! (jah, jah! )
Stand up for your rights! (oh-hoo! )
Get up, stand up! (get up, stand up! )
Don't give up the fight! (life is your right! )
Get up, stand up! (so we can't give up the fight! )
Stand up for your rights! (lord, lord! )
Get up, stand up! (keep on struggling on! )
Don't give up the fight! (yeah! )
We sick an' tired of-a your ism-skism game -
Dyin' 'n' goin' to heaven in-a Jesus' name, lord.
We know when we understand:
Almighty god is a living man.
You can fool some people sometimes,
But you can't fool all the people all the time.
So now we see the light (what you gonna do?),
We gonna stand up for our rights! (yeah, yeah, yeah! )
So you better:
Get up, stand up! (in the morning! git it up! )
Stand up for your rights! (stand up for our rights! )
Get up, stand up!
Don't give up the fight! (don't give it up, don't give it up! )
Get up, stand up! (get up, stand up! )
Stand up for your rights! (get up, stand up! )
Get up, stand up! (... )
Don't give up the fight! (get up, stand up! )
Get up, stand up! (... )
Stand up for your rights!
Get up, stand up!
Don't give up the fight! /fadeout/
Levante, Resista
A história de Robert Nesta Marley
O lado sentimental de Bob Marley
No início da carreira foi influenciado por grupos americanos como os Impressions (liderado por Curtis Mayfield, recentemente falecido, que foi o autor de "Keep on Moving", muitas vezes atribuída a Marley). Por isso ele gravou, como um dos Wailers, diversos clássicos do cancioneiro romântico, como 'Ten Commandments of Love', 'Teenager in Love' e até 'And I love Her', dos Beatles. Marley também era o que compunha a grande maioria das canções de amor dos Wailers, como "Do you feel the same way", "Do you remember" – 'Do you remember the first time we met? / It was a moment I never will forget... (Você se lembra da primeira vez que nos encontramos? / Foi um momento que nunca esquecerei...) –, "I'm still waiting", a comovente "Wages of Love", "There she goes" , "I Need You", "Diamond Baby", "I Don't Need your Love", entre outras gravadas para Coxsonne Dodd até 1967. Foi talvez a fase em que Bob deixou que sua emoção transparecesse de forma mais explícita nas gravações, coincidindo com seu romance e casamento com Rita Marley, em 66. São faixas que vão do ska ao rocksteady, acompanhando as tendências da música jamaicana (que podem ser ouvidos em coletâneas como 'Birth of a legend' [Columbia] e 'One Love' [Heartbeat]). Mas logo seriam os Wailers que ditariam o ritmo na ilha.
Enquanto isso não acontecia, eles continuavam em sua busca pelo reconhecimento, gravando no final dos anos 60 com vários produtores, como Leslie Kong, Danny Sims e Lee Perry. Com eles Marley exacerbou o seu lado conquistador, gravando faixas que traziam insinuações sexuais, como "Stir it Up", "Do it Twice", "Try me", "No Water", entre outras. Logo o som dos Wailers estaria maduro para o mercado internacional e este começou a ser ganho a partir da entrada do grupo na gravadora inglesa Island.
Em 'Kaya' predomina a postura de celebração da vida, com gravações extremamente relaxadas que contam as pequenas alegrias do cotidiano, como 'Easy Skanking', que abre o álbum. Outras faixas como 'Sun is Shining', uma regravação de uma de suas colaborações com Lee Perry, a própria faixa-título e, naturalmente, as faixas de cunho romântico, vão na mesma direção. 'Kaya' traz a mais conhecida canção de amor de Bob, "Is This Love", onde Marley 'põe as cartas na mesa' e se declara para sua amada, dizendo querer morar com ela, ser legal com ela, enfim, tudo o que uma mulher gostaria de ouvir em uma situação como essa. Por outro lado também traz 'She's Gone', canção que é uma espécie de continuação da antiga 'There she goes', onde esta narrava a partida da mulher amada, enquanto que naquela o amante abandonado se lamenta por tê-la deixado partir. Aliás o número razoável de músicas de 'dor-de-cotovelo' na obra de Marley parece sugerir que ele também sofreu nas mãos de suas mulheres. Outra regravação da época de Perry, 'Satisfy my soul', talvez seja a que melhor traduz o espírito do álbum, onde Marley pede à mulher que não o abandone porque ela satisfaz a sua alma, evocando uma das grandes paixões do cotidiano dos jamaicanos, a corrida de cavalos, ao cantar que ela o faz se sentir como um vencedor da 'sweep-stake', que é uma modalidade de competição eqüina.
Mas o destino iria intervir novamente e a descoberta da doença que acabaria por levar Marley para Zion, em 81, fez com que ele mais uma vez se concentrasse na mensagem político-religiosa, pois sentia que tinha pouco tempo e queria fazer as coisas acontecerem. E foi justamente o que ele fez ao compor músicas como "Zimbabwe", responsável pela inspiração revolucionária dos combatentes daquele país em sua luta contra o regime de dominação dos colonizadores de ingleses (e alguns rumores dizem que ele teria inclusive financiado a compra de armas para eles, o que não é de todo improvável). Assim, os seus últimos álbuns, que são 'Survival', 'Uprising' e ''Confrontation', passam ao largo do romantismo (a faixa 'Could you be Loved', apesar do título, é mais um apelo para as pessoas lutarem por suas vidas, do que uma canção de amor).
O homem que desafiou a babilonia
Bob viveu na pequena St. Ann até 1957, quando se mudou para Trenchtown, um bairro muito pobre de Kingston. Lá, encontrou uma realidade árdua, marcada pela pobreza e pela violência. Foi nesse contexto social que o rei do reggae cresceu e colheu a inspiração para algumas de suas principais canções.
No final de 1961 ele se juntou ao seu meio irmão Bunny Livingston, que depois viria a ser conhecido como Bunny Wailer, e a Winston McIntosh, que ficaria famoso como Peter Tosh. Estava formado o Wailing Wailers, que contava ainda com mais dois cantores.
A primeira canção do grupo foi "Judge Not", lançada pelo selo de Leslie Kong, um comerciante chinês que começava a investir no mercado fonográfico. Leslie apostava em jovens artistas jamaicanos e, entre seus contratados, figuravam Desmond Dekker e o ainda adolescente Jimmy Cliff. "Judge Not" só foi tocada pelos alto-falantes de carros que circulavam pelas ruas de Kingston, chamados de "sound systems", uma espécie de discoteca ambulante.
Depois dessa primeira experiência no mundo da música, ainda ao lado de Bunny Wailer e Peter Tosh, Bob grava no Studio One, maior estúdio de gravação da Jamaica, o hit "Simmer Down". Misturando o ska, ritmo proveniente do rhythm'n'blues norte americano, a uma letra que se apropriava da linguagem utilizada pelos "rude boys". Logo, a canção passou a ser uma espécie de hino entre grande parte da juventude jamaicana.
O sucesso de "Simmer Down" teve um efeito paradoxal na carreira de Bob Marley e dos Wailers. Por um lado, o grupo passava a ser um dos mais prestigiados entre os jovens jamaicanos. Por outro lado, os Wailers também passaram a ser associados aos "rude boys", já que a linguagem utilizada na música era própria dos famigerados malandros jamaicanos.
A partir daí, os Wailers encontraram dificuldades para ter suas músicas executadas pelas rádios locais. Elas argumentavam que as músicas eram feitas por "rude boys" rastafáris, dois segmentos sociais muito marginalizados durante as décadas de 60 e 70 na Jamaica.
Assim, Bob Marley e seus aliados tiveram que apelar para "métodos alternativos", para que suas músicas fossem tocadas pelas rádios jamaicanas. Muitas vezes, os pára-brisas dos carros dos DJs das rádios eram quebrados, caso eles não tocassem as canções dos Wailers. "Essas são as leis da sobrevivência na Jamaica", já dizia Jimmy Cliff.
Apesar do preconceito dessas rádios com relação à música dos Wailers, o grupo tornava-se cada vez mais popular na Jamaica e se constituía como a maior expressão musical entre os jovens da ilha caribenha. Logo os Wailers passaram a ser conhecidos em terras estrangeiras, graças a produtores que vislumbraram o grande potencial desse fenômeno musical jamaicano.
Reggae
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Reggae e sociedade
Muita gente desenha, acha interessante, bonita, quer mostrar que é do movimento, mas será que sabe realmente o porquê da bandeira que simboliza o reggae ser vermelha, preta, verde e amarela?